Baixos riscos da vacina

Risco de Convulsões Febris e Epilepsia após Vacina para a Difteria, Tétano, Tosse Convulsa acelular, Poliomielite inativada e Haemophilus Influenza tipo b

Yuelian Sun, PhD; Jakob Christensen, PhD; Anders Hviid, PhD; Jiong Li, PhD; Peter Vedsted, PhD; Jørn Olsen, PhD; Mogens Vestergaard, PhD

Department of Public Health (Drs Sun, Li, Olsen, and Vestergaard) and Research Unit for General Practice (Drs Vedsted and Vestergaard), Aarhus University, Aarhus, Denmark

Departments of Neurology and Clinical Pharmacology, Aarhus University Hospital, Aarhus, Denmark (Dr Christensen)

Department of Epidemiology Research, Statens Serum Institut, Copenhagen, Denmark (Dr Hviid)

Department of Epidemiology, School of Public Health, University of California, Los Angeles (Dr Olsen).

RESUMO

Contexto – A vacina contra a tosse convulsa com células totais está associada a um risco acrescido de convulsões febris mas não se sabe qual o risco associado à vacina acelular. Na Dinamarca, a vacina acelular contra a tosse convulsa está integrada na vacina contra difteria-tétano-pertussis acelular-poliomielite inativada-Haemophilus influenzae tipo b (DTaP-IPV-Hib) desde 2002.

Objetivo – Calcular o risco de convulsões febris e epilepsia após vacina DTaP-IPV-Hib aos 3, 5 e 12 meses.

Desenho, Parâmetros e Participantes – Um estudo baseado numa coorte populacional de 378.834 crianças que nasceram na Dinamarca entre 01/01/2003 e 31/12/2008, e seguidas até 31/12/2009, e um estudo de caso-controlo [self-controlled case series (SCCS)] baseado em crianças com convulsões febris detetadas durante o seguimento da coorte.

Critérios principais de valorização – razão de risco (HR) de convulsões febris entre os 0 e 7 dias (0, 1-3 e 4-7 dias) após cada vacina e HR de epilepsia após primeira vacina. Incidência relativa de convulsões febris entre 0 e 7 dias (0, 1-3 e 4-7 dias) após cada vacina no estudo SCCS.

Resultados – Foram diagnosticadas convulsões febris num total de 7.811 crianças antes dos 18 meses, sendo que em 17 o diagnóstico ocorreu entre os 0 e os 7 dias após a primeira vacina (taxa de incidência: 0,8 per 100.000 pessoas-dias), em 32 crianças após a segunda vacina (1,3 per 100.000) e em 201 crianças após a terceira vacina (8,5 per 100.000). Globalmente, as crianças não tiveram riscos maiores de convulsões febris durante os 0 a 7 dias após as 3 vacinas quando comparadas com uma coorte de referência de crianças que não se situavam nos 0 a 7 dias de vacina. Contudo, verificou-se um risco maior de convulsões febris no dia da primeira (HR, 6.02; 95% CI, 2.86-12.65) e no dia da segunda (HR, 3.94; 95% CI, 2.18-7.10), mas não no dia de terceira (HR, 1.07; 95% CI, 0.73-1.57) vacina quando comparada com a coorte de referência. No dia da vacina, 9 crianças foram diagnosticadas com convulsões febris após a primeira (5,5 per 100.000 pessoas-dias), 12 crianças após a segunda (5,7 per 100.000) e 27 crianças após a terceira (13,1 per 100.000) vacina. As incidências relativas do estudo SCCS foram similares ao do estudo coorte. No seguimento de 7 anos, foram diagnosticadas com epilepsia 131 crianças não vacinadas e 2.117 crianças vacinadas, sendo 813 diagnosticadas entre os 3 e os 15 meses (2,4 per 1.000 pessoas-anos) e 1.304 mais tarde (1,3 per 1000 pessoas-anos). Após a vacinação, a crianças tinham um risco menor de epilepsia entre os 3 e 15 meses (HR, 0.63; 95% CI, 0.50-0.79) e um risco similar mais tarde (HR, 1.01; 95% CI, 0.66-1.56) quando comparadas com crianças não vacinadas.

Conclusões – A vacina DTaP-IPV-Hib estava associada a um risco acrescido de convulsões febris no dia das primeiras duas vacinas administradas nos meses 3 e 5, embora o risco absoluto fosse pequeno. A vacina com DTaP-IPV-Hib não estava associada com risco acrescido de epilepsia.

Ler aqui o resumo original de Risk of Febrile Seizures and Epilepsy After Vaccination With Diphtheria, Tetanus, Acellular Pertussis, Inactivated Poliovirus, and Haemophilus Influenzae Type b – JAMA. 2012 Feb 22;307(8):823-31

Tradução espontânea de RA

Ver Plano Nacional de Vacinação aqui