Epilepsy Curr. 2012 May;12(3):105-10.
Epileptogénese: a Epigenética pode dar-nos respostas?
Epileptogenesis: can the science of epigenetics give us answers?
Lubin FD.
Evelyn F. McKnight Brain Institute, Department of Neurobiology, University of Alabama at Birmingham, Birmingham, AL.
Resumo
Os mecanismos epigenéticos são processos reguladores que controlam as diferenças de expressão dos genes envolvidos em múltiplos aspetos da função neuronal, nomeadamente no desenvolvimento do sistema nervoso central, na plasticidade sináptica e na memória. Há provas recentes que mostram que há desregulação dos mecanismos epigenéticos em vários síndromos epiléticos humanos. Não obstante esta descoberta relativa a um potencial papel dos mecanismos epigenéticos na epilepsia, poucos são os estudos que têm explorado devidamente a sua contribuição para o processo de desenvolvimento da epilepsia conhecido por epileptogénese. O objetivo deste artigo é examinar os dados recentes que sugerem que a epileptogénese pode alterar o panorama epigenético, afetando os padrões de expressão genética observados em epilepsia. Estudos que sejam feitos centrados numa melhor caraterização destes mecanismos epigenéticos aberrantes prometem revelar novas opções de tratamento para a prevenção e mesmo para a cura da epilepsia.
(…)
Conclusões e direções futuras
As epilepsias são distúrbios muito complexos e saber como é que as condições genéticas e as ambientais interagem e contribuem para o seu início e progressão é uma questão importante e fundamental que permanece por responder. De facto, foi feito na última década um grande esforço para identificar os genes que influenciam a epileptogénese. Contudo, em muitos casos tem sido muito difícil ligar genes específicos a síndromos específicos. O campo emergente da “Epigenética” estuda processos bioquímicos que por definição fazem a mediação das interações entre influências ambientais e o genoma, ao mesmo tempo que desencadeiam efeitos persistentes nos padrões de expressão genética das células. Assim, uma hipótese interessante a ser alvo de futuros testes é a de que os processos epigenéticos regulam as transcrições genéticas no sistema nervoso durante a epileptogénese, a qual pode permitir descobrir um mecanismo alternativo para as perturbações epiléticas que possa não estar ligado apenas aos genes ou ao ambiente. Se esta hipótese de trabalho se provar correta, progredir nesta direção provavelmente revolucionará o que sabe sobre os mecanismos epiletopgénicos e sobre novas estratégias de tratamento que promovam a manipulação do epigenoma.
Tradução espontânea por R.A.
Pode ler o resumo original aqui.
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